I Seminário sobre Técnicas de Soluções de Conflitos

EPM realiza I Seminário sobre Técnicas de Solução

de Conflitos para juízes de 21 Estados


A Escola Paulista da Magistratura – EPM e o Fórum Nacional de Juizados Especiais Estaduais - Fonaje, com o apoio do Conselho Nacional da Justiça – CNJ e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - Fiesp, realizaram nos dias 29 e 30 de março de 2007, o I Seminário sobre Técnicas de Solução de Conflitos para juízes dos juizados especiais de 21 Estados brasileiros.


Na mesa de abertura do evento, estavam presentes o desembargador Marcus Vinicius dos Santos Andrade, diretor da EPM; a desembargadora Maria Cristina Zucchi, responsável pelo curso de Mediação e Conciliação; a juíza Janete Vargas Simões, presidente do Fonaje; o juiz Ricardo Cunha Chimenti, membro do Fonaje e o advogado Marcelo Gatti Reis Lobo, representando o desembargador Márcio Bonilha, presidente da Comissão de Mediação da Fiesp.

 

Em seu discurso de abertura, o diretor da EPM salientou o caráter pioneiro do curso na transmissão de conhecimento e habilidades aos participantes do Fonaje.

 

A presidente do Fonaje Janete Vargas Simões agradeceu ao diretor da EPM, que acolheu e tornou possível a realização do curso e à desembargadora Maria Cristina Zucchi. “É um grande acontecimento para nós. Era difícil imaginar há pouco tempo, juízes de todo o país reunidos para aprender técnicas de soluções de conflitos. Nós, dos juizados especiais, somos especialistas em lutar por um Judiciário melhor. Eu acredito que isso faz a nossa força; força que está demonstrada na busca incessante por uma justiça diferenciada.”

 

O objetivo do seminário era formar juízes capazes de transmitir e aplicar as técnicas alternativas de solução dos litígios em suas unidades federadas. O curso foi ministrado por Maria Cristina Zucchi; Eliana Riberti Nazareth, mediadora e psicanalista; Lia Justiniano dos Santos, advogada e psicodramatista. O curso também contou com uma palestra sobre Justiça Restaurativa, proferida pelo juiz Daniel Issler.

O evento representa um marco importante para a desembargadora Zucchi. “Esse curso vai ficar ligado à história da evolução do relacionamento humano no Brasil. Tanto os responsáveis pelos juizados especiais, quanto a EPM estão preocupados em ter profissionais que possam auxiliar as pessoas a encontrarem as soluções de seus conflitos. Disso só pode sair um resultado maravilhoso”, diz.

 

Para Lia Justiniano dos Santos, o uso das técnicas de Mediação e Conciliação vai trazer um novo universo para o profissional da área jurídica. “Eles estão habituados a ver a norma como norte; É um mundo muito mais rígido, mas os meios de conciliação e mediação nos ensinam um trabalho de flexibilidade, de olhar o cidadão por um outro prisma. Você não vê o certo e o errado, mas que as pessoas têm seus interesses. Isso amplia nossa visão.”

 

“Luta pelo Direito, mas quando encontrar o Direito contra a Justiça, luta pela Justiça.” (Eduardo Couture)

Com essa frase, Maria Cristina Zucchi iniciou sua exposição sobre os mecanismos alternativos de pacificação de lides junto ao Judiciário. Em seguida, Eliana Nazareth dividiu os juízes em grupos e propôs uma dinâmica para ilustrar noções introdutórias sobre conflitos e técnicas de negociação. Os participantes deveriam se apresentar sem mencionar o estado civil, a idade e a ocupação. A partir disso, os grupos deveriam criar histórias. Confira aqui alguns dos trabalhos apresentados
Através das histórias apresentadas, as professoras trabalharam alguns conceitos de mediação e conciliação.

O segundo dia do evento foi dedicado, na parte da manhã, à apresentação dos modelos conciliatório e adversarial e, também, aos mecanismos consensuais e integrativos. Em seguida, falou-se sobre negociação, conciliação, mediação e arbitragem.

Na parte da tarde, o juiz Daniel Issler apresentou uma palestra sobre sua experiência com Justiça Restaurativa na Vara da Família e Juventude de Guarulhos.

                
Para Luiz Otávio de Queiroz Fraz, juiz de Tocantins, a mediação é um instituto maravilhoso. “O juiz precisa resolver em 15 minutos um processo porque a pauta dele é muito cheia. Ele resolve o processo, mas deixa o conflito que o gerou para trás. Então, o conflito volta. Na mediação, as partes são levadas pacientemente à solução. O índice de retorno do conflito é baixíssimo.”

 

De Norte a Sul, os juizes foram unânimes em destacar a importância da mediação e conciliação e a excelência do curso realizado. Para Tânia Maria de Sousa Cruz, de Roraima, o encontro foi muito dinâmico e proveitoso. José Cícero Alves da Silva Andrade, de Alagoas, achou as experiências apresentadas muito ilustrativas.

 

Doraci Lamar Rosa da Silva, de Goiânia, endossou os colegas. “Eu achei o seminário muito importante e interessante. Nós vamos levar bons frutos de volta para nossos Estados”, diz.

 

Segundo Maria Cristina Zucchi, São Paulo tem o ônus de ser pioneiro nesse esquema de mediação e conciliação. “As perspectivas de trabalho são maravilhosas. Todos eles estão saindo daqui com um ideal de aprimoramento e uma proposta de voltarmos a nos reunir novamente para apurar os resultados ocorridos e as experiências acumuladas”, diz.

 Participaram do seminário os juízes: José Cícero Alves da Silva e Silvana Lessa Omena, de Alagoas; Sueli Pini, do Amapá; Roberto Hermidas de Aragão Filho, do Amazonas; Aurelino Otacílio Pereira Neto e Moacir Reis Fernandes Filho, da Bahia; Mário Parente Teófilo Neto e Helga Medved, do Ceará; Janete Simões e Jorge Henrique Valle dos Santos, do Espírito Santo; Doraci Lamar Rosa da Silva Andrade, de Goiás; Maria do Socorro Mendonça Carneiro e Maria Francisca Gualberto de Galiza, do Maranhão; José Eduardo Neder Meneghelli e Eliane de Freitas Lima Vicente, do Mato Grosso do Sul; Francisco Ricardo Sales Costa, de Minas Gerais; Marcos Sérgio Galiano Daros e Roberto Portugal Bacelar, do Paraná; Fernanda Pessoa Chuahy de Paula e Luiz Carlos Vieira de Figueiredo, de Pernambuco; José James Gomes Pereira, do Piauí; Joaquim Domingos de Almeida Neto e Flávio Citro Vieira de Mello, do Rio de Janeiro; Paulo Militão de Alencar, do Rio Grande do Norte; Vera Lúcia Fritsch Feijó e Gustavo Alberto Gastal Diefenthaler, do Rio Grande do Sul; Paulo Kiyochi Mori, de Rondônia; Tânia Maria Vasconcelos Dias de Sousa Cruz e Alexandre Magno Magalhães Vieira, de Roraima; Marco Aurélio Gastaldi Buzzi (foto abaixo), Edson Zimmer e Yduan de Oliveira May, de Santa Catarina, Mariella Ferraz de Arruda Pollice Nogueira e Ricardo Cunha Chimenti, de São Paulo e Luiz Otávio de Queiroz Fraz, de Tocantins.

 

 

 


O Tribunal de Justiça de São Paulo utiliza cookies, armazenados apenas em caráter temporário, a fim de obter estatísticas para aprimorar a experiência do usuário. A navegação no portal implica concordância com esse procedimento, em linha com a Política de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais do TJSP